TEXTOS
Obama, a vitória de um líder
08 de Novembro de 2012
Acompanhei, até a madrugada de ontem, a apuração dos votos dos eleitores americanos na eleição para a presidência, o Senado e a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
E, como a maioria dos brasileiros e a maioria dos europeus, e, ao que se sabe, a maioria do mundo, aplaudi a renovação do mandato de Barack Obama.
Era uma eleição complexa, todas as pesquisas indicavam enorme equilíbrio de forças, e a contagem dos votos na disputa pelos delegados da Califórnia foi fantástica: mais de uma vez, ao longo da noite, contabilizados centenas de milhares de votos, persistiam os percentuais: 50% a 50%.
A reeleição de Obama tem enorme significado. É bom lembrar que, escolhido há quatro anos, numa eleição empolgante, ele personificou, então, a vitória do sonho americano, sonhado por Martin Luther King. Era o primeiro negro a chegar à chefia da Nação, num momento de extrema crise econômica, só comparada a do crack da Bolsa em 1929.
Obama conseguiu evitar o pior. Navegou durante o primeiro mandato em águas extremamente turbulentas, mas conseguiu trazer a nau até aqui, com a recuperação lenta da economia e a retomada do emprego.
A crise não está superada, o desemprego continua em índices elevados, mas o povo americano fez a opção: apostar em Obama é a certeza da continuidade de uma política que vem dando certo, ao invés de se aventurar com Mitt Romney, um conservador que oscilou em suas opiniões extremadas a cada passo da campanha.
Entre outras razões mais, Obama ganhou também por ter liquidado com Bin Laden e ter sabido conduzir com energia e competência o último drama americano: o ciclone pós-tropical Sandy.
Foi, enfim, a vitória de um verdadeiro líder.
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Ele não desiste
Enquanto isso, é preciso reconhecer: José Dirceu, o ex-ministro de Lula, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção ativa no julgamento do mensalão, é persistente. Aliás, sua história prova isso.
Nesta segunda-feira, no seu blog, defendeu a ''regulamentação'' da mídia no Brasil como uma das três prioridades do PT para 2013. As outras duas são a reforma política e a 'desconstrução da farsa do mensalão'.
Ainda no blog, Dirceu explicou de que maneira o PT vai agir para assegurar a regulamentação: ''O partido vai se posicionar, defender, tomar iniciativas, ocupar todas as tribunas que lhe forem possíveis, manter o assunto em evidência e priorizá-lo'', explicou.
Ele disse mais, recorrendo a uma frase de Rui Falcão, presidente do PT: ''Não é censura, nada a ver. É ampliar a liberdade de expressão, não restringi-la''.
Convenhamos que isso soa como deboche à inteligência dos brasileiros.
Nos Estados Unidos, onde há dezenas de corruptos condenados e atrás das grades ninguém ousa em falar sobre ''regulamentação'' da imprensa. A liberdade de expressão está acima de tudo e de todos.
E é a melhor democracia que se conhece.
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